Não importa, ó homem, qual o papel que te coube no drama da vida.
Rei ou vassalo, milionário ou mendigo, filósofo ou analfabeto - não importa.
Se o mendigo no palco desempenhar bem o seu papel de mendigo, receberá mais aplausos do que o rei que não soube fazer o papel de rei.
Mais vale desempenhar com inteligência o papel de tolo, do que tolamente fazer o papel de inteligente.
Quando houveres desempenhado do melhor modo possível o teu papel, brilhante ou humilde, no cenário da vida, não esperes pelos aplausos da platéia.
Desaparece em silêncio por trás dos bastidores do esquecimento, da ingratidão ou da morte ...
Por todo o bem que tu fizeres espera todo o mal que não farias ...
Se a platéia te aplaudir, agradece a boa intenção - mas não contes com isso!
Se a platéia te vaiar, tolera a injúria - mas não te entristeças por isso!
Não valem uma lágrima nem um sorriso todos os elogios ou vitupérios do mundo.
Não és santo porque os homens o dizem - nem és celerado porque os homens o afirmam ...
Seja-te suficiente galardão, a consciência do dever cumprido do melhor modo possível .
Não necessita de apoteose verbal quem dentro de si traz a apologia real da justiça e da verdade.
Pode sofrer sereno e calmo todas as vaias do mundo, quem não buscou os aplausos dos homens .
Mais feliz se sente na derrota do que na vitória, quem não é derrotado por vitória alguma .
Mais luminosa é para o herói a escuridão dos bastidores do que para o covarde o fulgor da ribalta.
Não vale a vida pela extensão que ocupa no tempo ou no espaço - VALE PELA INTENSIDADE COM QUE É VIVIDA .
por Huberto Rohden
Escolhi esta mensagem que mostra que não importa o que sejamos em nossas vidas , pois todos temos uma história para contar , seja ela uma tristeza, uma alegria, uma conquista , uma perda ou o que quer que seja nós a vivemos , aprendemos,construimos e sobrevivemos e isso é o que importa. Que este novo ano que se inicia renove nossas esperanças em um mundo melhor , na realização de nossos sonhos e que nos traga coisas novas e, que com certeza, só irão engrandecer a nossa história de vida.
Que alegria poder estar aqui e apresentar uma história de vida tão simples e bonita de uma artesã que trabalha com barro no Vale do Jequitinhonha , a " mestra bonequeira" que acumula medalhas , títulos e Prêmios por seu talento e ganha sua primeira exposição individual numa galeria em São Paulo.
Para começar a falar da "Mulher de barro" , assim intitulada , vamos falar um pouquinho do mundo encantado das bonecas e conhecer um pouco dessas criaturas que são tão amadas.
O fascínio pelas bonecas esteve presente em quase todas as civilizações. Sabemos que Adão foi feito em barro, e Eva, em osso, dois dos materiais mais comuns para a fabricação artesanal de imagens na Antigüidade.
Assim começa também a história real de um inocente objeto _ a boneca _ que hoje alimenta fantasias infantis em milhões de lares mundo afora . A evolução das bonecas seguiu uma ordem inversa à natural e foi gradativamente aparecendo vários tipos e modelos pelo mundo afora. Modelos esses com caras de madames, meninas, bebês com olhos , bocas e cada dia vindo novidades e caras novas , e tudo se transformando como num mundo encantado.
Bonecas e Personagens em porcelana, biscuit ou resina com feições naturais delicadamente pintadas. Roupa em tecido cuidadosamente costurado. Cabelos com aspecto natural.
Com suas expressões marotas e olhos esbugalhados, elas representaram uma revolução estética. Em concorrência vieram mas bonecas de papier mâche. Ao mesmo tempo, novos materiais passaram a ser testados em busca de maior resistência aos carinhos infantis.
Bonecas de celulóide, que se mostraram altamente inflamáveis., depois as bonecas de plástico e de borracha é que viriam a ser usados. Outro sonho perseguido pela indústria de bonecas foi a criação de uma espécie de Pinóquio capaz de andar, falar e se movimentar sozinho.
Atualmente, o hobby de colecionar bonecas é o terceiro mais popular do mundo, atrás apenas dos aquários e dos selos. Tudo para não deixar morrer uma história de brinquedo tão grande que nem uma boneca de pano tagarela como a Emília imortalizada na obra de Monteiro Lobato , por mais gostoso que seja o colo de Narizinho, teria fôlego para contar.
Pouca gente se lembra, mas o primeiro objeto produzido pela maior indústria de brinquedos da América Latina foi uma boneca de pano, de nariz arrebitado.
E em forma de artesanato , e para atender a todas as classes e principalmente as menos privilegiadas, a boneca de pano é uma constante em todos lares seja para brincar, como amuleto, como decoração, como terapia ocupacional e nos mais variados modelos .
As bonecas brasileiras da Estrela ficaram para a história. Pupi, a primeira boneca de plástico. que dormia e chorava, causou euforia nos anos 50. Na década seguinte, foi a vez das bonecas mecânicas, de vinil e plástico, como a Gui-gui, que ria quando se abriam e fechavam seus braços, ou a Susi, a primeira fashion doll. Nos anos 70 brilhou a estrela de Falcon, um militar ruivo e barbudo que abriu caminho para os meninos entrarem na guerra de vendas.
Uma balzaquiana linda, feliz e milionária ela é a superstar absoluta da história das bonecas. Apesar de seus trinta centímetros de altura, se todos os milhões de Barbies já fabricados dessem as mãos, dariam várias voltas ao redor da Terra. A linha Barbie vende às meninas um sonho, um estilo de vida, um padrão de beleza".
Comecei falando sobre a história das bonecas e olha que se não coloco o pé no freio ainda estaria falando sobre elas e tudo isso para falar sobre as Bonecas de Barro , mas precisamente sobre a Casa das Bonecas de Barro de Dona Izabel do Vale do Jequitinhonha em MG.
Como leitora assídua, todos os domingos, da Revista O GLOBO, veja que me deparo com uma matéria fantástica sobre a Terceira Idade, que foi destaque logo na Capa e, tendo como protagonista, Dona Izabel, senhora de 85 anos que nos conta uma trajetória de vida de trabalho, de luta, de dedicação e determinação, aliadas a um dom que como ela diz “Foi um dom que Deus me deu e eu inventei” . A mais famosa artesã que trabalha com barro no Vale do Jequitinhonha no pequeno vilarejo de Santana do Araçuaí no Município de Ponto dos Volantes.
Santana do Araçuaí é a terra da famosa Dona Izabel Mendes da Cunha, inspirada bonequeira, que com suas bonecas de barro conquistou renome internacional e chamou a atenção forasteira para as riquezas escondidas do Vale do Jequitinhonha.
Sua história começa com a vontade de brincar de bonecas lutando contra as adversidades do seu meio. Modelava escondida, de noite, imitando rostos humanos, imaginando feições. Escapava a se adaptar à sua realidade. De todas as previsões que se poderia fazer de sua vida, que ela conquistaria o mundo como talentosa artista e que no centro de sua cidade natal, onde ela ainda mora, fosse erguida uma estátua em sua homenagem.
Dona Isabel criou um estilo próprio de trabalho e repassou o seu conhecimento para todos que a cercam formando uma verdadeira escola de cerâmica. Vários fatores têm influência no resultado final. A escolha do barro, sua preparação e manuseio, a modelagem, o acabamento e pintura, e a queima.
Muitos estão reunidos na Associação dos Artesãos de Santana do Araçuaí que promove Oficinas e onde os artesãos comercializam suas peças: bonecas de variados tamanhos, galinhas, moringas, flores, potes, vasos, figuras de presépios, louça para feijoada e muito mais.
Vamos deixar que a própria Dona Izabel conte um pouco da sua história no vídeo que colocamos abaixo e, muito mais sobre essa senhora que é um exemplo de vida. Poderão ainda ver a excelente reportagem da Revista O GLOBO da edição deste último domingo cuja capa está centro do banner desta póstagem.
Vídeo gravado no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, como parte do projeto "Memória dos Brasileiros", desenvolvido pelo Museu da Pessoa
FONTES:
- Revista O Globo- Ano 5 - nº276 – 8 de novembro de 2009
- Super Abril/superarquivo/1992/ de Cristiane Costa.
- Cultura Infância / Bonequeiras e seus trapos coloridos
- Cerâmica No Rio /arte popular / Vale do Jequitinhonha
- Museu da Pessoas / Memória das Pessoas
Agora vocês me dão licença que vou correndo pegar o coletivo para fazer companhia a minha blogdinda ... Tchau e até a próxima.