sábado, 6 de novembro de 2010

"RECORDAÇÕES DE UM AMOR"


Andei pensando e cheguei à conclusão que tinha que começar a planejar o que fazer depois que me formasse. Estava já no fim do ano onde encerraria o meu estágio e precisava tomar decisões que o meu coração protelava.

Quantas vezes me questionei sobre o meu relacionamento com o Vitor. Existia um sentimento muito forte entre nós, uma parceria de amor, paixão, amizade, interesses comuns. Estar com ele, sentir sua presença já fazia parte de minha vida. Tinha chegado o inevitável momento que eu tanto evitava pensar ou imaginar. Agora havia se tornado realidade o sonho do Vitor ir morar no exterior.


Lembro cada detalhe do nosso último encontro, onde comunicou que após o encerramento do ano e da formatura, estaria indo para os Estados Unidos fazer um curso de especialização. Queria estar atuando nas negociações da fazenda de seu pai que tinha como uma de suas paixões a criação de cavalos. Estava sempre em leilões, no exterior negociando compras de embriões e cavalos de raça. Freqüentemente estava consultando advogados especializados no assunto. O curso era de seis meses e depois de se especializar nessa área já tinha planos para seguir para o Oriente Médio no intuito de conhecer a fundo esse mercado e suas origens.


Fiquei ali do seu lado escutando tudo com a maior atenção. Vitor falava com o maior entusiasmo, contava tudo que tinha planejado para a sua vida. Chegou um determinado momento, segurei a sua mão para me levantar um pouco porque precisava respirar, colocar meus pensamentos em ordem e tentar fazer com que as batidas de meu coração voltassem ao normal.

Vitor ameaçou perguntar alguma coisa, mas ele me conhecia e sabia que eu tinha minhas aspirações profissionais também e que nossas vidas ficavam divididas quando o assunto era esse.

Tínhamos uma vida inteira pela frente e o amor que estávamos vivendo não era tão forte quanto nossos anseios profissionais. Nossas vidas seguiriam caminhos opostos onde não havia espaço para os nossos sentimentos.

Estava em casa sentada na rede da varanda absorta nos meus estudos. Tinha momentos que começava a pensar em toda essa mudança, na dor que já sentia pela separação e não tinha como evitar de chorar. Quem diria que eu Raquel tão dona de mim, achando que seria fácil suportar qualquer tempestade, estava ali derramando lágrimas por um amor que o tempo se encarregaria de apagar. Restariam apenas as recordações de tão maravilhosos momentos que passamos juntos.

Autoria Irene Moreira


Participação 16a. Edição
Projeto In Verbis



"Continuaram a acariciar-se sem desejo e atormentando-se com as súplicas e as recordações.Saborearam a amargura de uma despedida que pressentiam,mas que ainda podiam confundir com uma reconciliação. "   (Rubem Alves)

 * * * * * * * * *
***Para os que acompanham as minhas participações no In Verbis comecei a contar uma história que vem continuando em cada edição como um novo capítulo. Cada participação tem um conto diferente , mas o personagem é único e vem se desenvolvendo conforme vão surgindo as fases de sua vida.*** Para lerem desde do início os capítulos anteriores é só acessar na página SAGA DA RAQUEL.

Imagens google /meme

16 comentários:

  1. Quando se é jovem as ambições profissionais sobrepõem-se ao amor...parece-nos fácil e natural encontrar outros amores, o mundo inteiro abre-se à nossa frente, cheio de esperanças de sucesso, realização...coisas por viver.
    Espero que a Raquel e o Vítor não se percam para sempre...
    BEIJOS

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  2. Raquel está cada vez melhor...

    Lindo,Irene, como sempre!Que bom sempre ter recordações como ela,não? beijos,lindo domingo,chica

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  3. Há escolhas tão difíceis de serem tomadas na vida...
    Beijos na alma, Irene!

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  4. O destino nos prega cada peça, quem sabe um dia se encontrarão de novo?

    Uma bela participação amiga.

    Um excelente domingo pra vc.

    beijooo.

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  5. "A vida é feita de encontros embora haja tantos desencontros pela vida", já dizia nosso sábio poeta Vinicius.
    Belo texto.
    beijos

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  6. Irene
    Hoje vim para agradecer,
    Meu aniversário só foi especial porque voce e minhas amigas e amigos daqui estavam presentes tocando o meu coração através de contos com este. Um amor que precisou ficar separado. Mas eu penso que ele vai voltar para sua Raquel? Não vai?
    com carinho MOnica

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  7. Irene
    Eu não tinha visto mesmo não. Desculpe.
    Mas quando me avisou voltei para ver.
    Eu ontem não tive tempo de abrir direito o computador. Só li alguns recados de tanta gente que telefonou.
    Somos muitos e espalhados por estas Minas Gerais.
    Me desculpe, mas agradeço de montão tantas palalvras carinhosas.
    Não vou esquece-la jamais e vou gravar no meu pendrave para ver sempre
    com carinho sua amiga lerdinha Monica

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  8. Querida Irene!

    Apesar do final do conto ser tão triste, o conto em si corresponde a muitas reias...
    Está lindamente escrito.
    É uma maravilha ler-te.

    Beijinhos

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  9. Oi, Irene!!!
    Que blog mais bonito, chueio de sentimento!
    Fico feliz por ter vc lá no Clube! Saiba que sempre receberei vc lá, com todo meu carinho! Ainda mais procedente de Alê! Tenho ele como um verdadeiro irmão!
    Um beijão, querida.
    Esteja certa de que sempre estarei por aqui.

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  10. Gostei da história, tão real!...Esses dilemas acontecem, por vezes é preciso abdicar. Tanto abdicar de uma coisa ou outra, pode acabar por trazer frustração, possibilidades profissionais que foram perdidas, um amor que até era o tal, que se perdeu! Difícil!?...
    Bj,
    Manú

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  11. Olá, querida
    Sei bem o que é isso!!!
    "Nossas vidas seguiriam caminhos opostos onde não havia espaço para os nossos sentimentos".
    Mas a cumplicidade não será jamais esquecida...
    Tenha excelente semana com a proteção divina sempre ao seu lado!!!
    Bjs

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  12. Olá Irene, tenho certeza que muitos se identificaram com a história do conto. Parabéns pela forma como escreve,não dá vontade de parar de ler.
    Beijos

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  13. Oi Amiga chiquetosa! que texto lindo....eu ja prometi a mim mesma voltar e ler os outros posts....

    Beijos e boa semana!

    Joana Campos

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  14. E a evolução da mulher prossegue! Raquel já ousa outras escolhas. Já não se intimida ante os medos que circundam o amor... Já define a relação como não ideal e por isso a perda não lhe causa tantos estragos... Ela já sabe o amor que busca! Talvez ainda nebuloso em sua consciência, mas já sabe...

    Vou lendo, amiga Irene. E gostando!

    Meu carinho!

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  15. Olá, querida
    Nem sempre os nossos destinos chegam a um final feliz... é pena!!!
    Tenho visto...
    Bjs de paz

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  16. Bom dia,Irene!!

    Lindo texto!!!Tão difícil a separação...Mas vamos ver o que nos aguarda...
    Beijos!!

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