Conto de Angela Belmiro |
Não sei onde anda o meu pierrô. O terno, pendurado no cabide. A pasta, encostada no canto do sofá. O computador, ainda aberto, com a última página escrita, evidência silenciosa de sua dedicação ao novo romance. Saiu, com certeza, o corpo levado pelo som das cuícas e tamborins que repicam insolentes na rua. Não há vinho no balde de gelo, música suave na sala, nem canapés de geléia de damasco com queijo brie, que ele prepara como um verdadeiro chef. Nenhum sinal de espera ou de certeza da minha vinda. Quem sabe foi por aí se acabando num cordão, de reco-reco na mão, transpirando em cada poro a poeira do escritório, o sono das tantas noites de vigília sobre a criação, as perdas, as incompreensões, os afastamentos ...
Não sei onde anda o meu pierrô. Se cercado da cerveja, dos amigos igualmente pierrôs fugitivos de suas colombinas, ou entrelaçado a uma cintura fina e nua, balançando, desentoando marchinhas, esquecendo...
O mesmo ritual todos os anos e ainda assim a perplexidade, a dúvida se depois da quarta-feira ele ainda é pra mim, sem camisa amarela, sem fantasia, nos outros trezentos e tantos dias. Percebo desta vez o aparelho de barbear sobre a pia, restos de talco no chão e o perfume masculinamente inconfundível no ar. Cheiro de homem limpo, de homem livre, pronto para os caminhos do desejo. Choro. Choro a inquietação do desconhecido e o medo dessa liberdade. Choro esse fascínio alucinante do carnaval que transforma os pierrôs românticos e os carrega para o sonho e a ilusão onde tudo é permitido. Choro pelo confete e a serpentina que vão se derramar na sua cabeça libertando, rompendo laços, fascinando ...
Súbito descubro a fantasia dobrada ainda na cadeira da sala. Não era verdade, saiu para comprar algo e já, já está de volta. No meio do pranto e do riso, a porta se abre e suado, envolto em cordão de havaiana, ele me toma pela mão, me beija apressado e me diz: “Desculpe, querida, eu só vim buscar o meu pierrô!”
"Amo como ama o amor.
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Carnaval é uma grande marca da cultura brasileira.Hoje virou mais “marca” do que Carnaval, atraindo turistas, industrializando Escolas de Samba e roubando a pureza e a alegria natural dos velhos tempos.
Para os foliões mais jovens, a festa popular só ganhou tamanho e escala, exigindo mais organização e tecnologia. Mudou no formato, mas não na essência, já que o Carnaval é irreverência e imersão nos sons e nas danças brasileiras que escapam dos salões para ganhar as ruas.
Brincar Carnaval, ontem e hoje, ainda é deixar-se levar pelas cores, pelo ritmo, pela alegria. É vestir-se de forma bizarra, e gaiata; é mascarar-se para surpreender e provocar risos, é dançar e pular no asfalto, acompanhando Blocos, Trios Elétricos, carros de som que dão o tom da animação.
Mas, para quem prefere assistir a pular o Carnaval, hoje, é muito mais fácil. Nem é preciso se deslocar. A tevê traz as notícias e o desfile das Escolas de Samba para dentro de casa. Pode-se estar veraneando e, ao mesmo tempo, torcendo pela Escola do coração.
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Desejo um bom carnaval a todos seja na folia
ou aproveitando um bom descanso.
Desejo um bom carnaval a todos seja na folia
ou aproveitando um bom descanso.
Beijos
Imagens google e Tumblr
Autoria vide hiperlink
Lindo esse conto,Irene.Desejo uym carnaval na maior paz! beijos e parabéns pelos pódios por lá!chica
ResponderExcluirQue bonito que está o cabeçalho do blogue!!
ResponderExcluirO conto é muito bonito, um pouco sofrido também...
Mil beijinhos
Bom Carnaval
Mulher...
ResponderExcluirQue traz beleza e luz aos dias mais difíceis
Que divide sua alma em duas
Para carregar tamanha sensibilidade e força
Que ganha o mundo com sua coragem
Que traz paixão no olhar
Mulher,
Que luta pelos seus ideais,
Que dá a vida pela sua família
Mulher
Que ama incondicionalmente
Que se arruma, se perfuma
Que vence o cansaço
Mulher,
Que chora e que ri
Mulher que sonha...
Tantas Mulheres, belezas únicas, vivas,
Cheias de mistérios e encanto!
Mulheres que deveriam ser lembradas,
amadas, admiradas todos os dias...
Para você, Mulher tão especial...
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Estou de volta amiga, é gratificante tê-la comigo Pelos Caminhos da Vida, obrigadaaaaaaaaaa
beijooo.
Parabéns pelo texto e pelas imagens,
ResponderExcluirsobretudo o cabeçalho do blogue.
Bj.
Irene
Minha querida
ResponderExcluirUm conto encantado...lindo.
E as imagens são de um grande bom gosto, adorei principalmente a de entrada.
Deixo um beijinho carinhoso
Sonhadora
Ser mulher é ser especial,
ResponderExcluiramiga Irene
Quero abraça-la,e agradecer o carinho e a amizade,neste dia tão especial,seja feliz!
Boas energias,paz,saúde,e luz,
beijos poéticos
Mari
Querida Irene, Mana minha!
ResponderExcluirO amor que colocas em tudo que fazes é insuperável! Fascinante!
Adorei tudo, mesmo o conto um pouquinho nostálgico.
O teu bom gosto não tem rival.
Parabéns
Bom Carnaval que aqui está acabado!!!
Beijo enorme
Ná